O presidente da ANS, sargento-chefe Lima Coelho, adiantou ao DN que o texto "ainda não está finalizado" e, por isso, ainda estão em aberto os argumentos a usar como fundamento da queixa..Em causa está a regressão de cerca de 4000 militares na tabela remuneratória única da Função Pública, na sequência da auditoria feita em 2011 pela Inspeção-Geral de Finanças (IGF)..A IGF concluiu ter havido ilegalidades e irregularidades cometidas pelas Forças Armadas na transição dos militares para a nova tabela, em 1 de janeiro de 2010..Um ponto central desse processo - que levou o ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, a afirmar que o Governo anterior devia pedir desculpas às Forças Armadas - foi o facto de essa integração ter sido feita sem estar publicado o despacho conjunto obrigatório dos ministros das Finanças e da Defesa a dar autorização (leia-se ao inerente aumento de despesa)..A IGF estimou ter havido pagamentos em excesso de 26 milhões de euros, mas o valor final acabou por ser muito inferior..O Governo decidiu que os militares não teriam de devolver as verbas entretanto recebidas, mas determinou que cerca de 4000 efetivos regredissem na tabela salarial e para as posições em que deveriam ter sido colocados de início..As associações têm contestado a decisão, desde logo pelos dois anos que já passaram. Por outro lado, a redução remuneratória associada a essa regressão acaba por funcionar como um novo corte salarial para quem nada contribuiu para um problema, sobre o qual foram feitos múltiplos alertas antes da entrada em vigor da lei, lembram os dirigentes associativos. ."A aplicação desta medida de regressão resulta da irresponsabilidade, insensibilidade, autismo e teimosia cega de sucessivos governos", afirmou a ANS no comunicado divulgado esta segunda-feira.